PAULA BOSI
DO "AGORA"
A mistura de desenhos feitos com spray e figuras impressas com outras técnicas - pintura a mão livre, com rolinho e tinta látex- fez do colorido grafite paulistano uma arte única, que ganhou fama mundo afora.
Nomes antes só conhecidos nos becos da cidade - Eduardo Kobra, Nunca, Calma, Speto, Vitché, Titi Freak, Zezão- tornaram-se referência internacional.
Em 2008, por exemplo, a dupla Os Gêmeos estrelou a mostra "Street Art" na galeria Tate Modern,
Segundo Baixo
"É um tipo de pintura feito com diferentes técnicas e materiais", explica.
Aqui, o local mais emblemático do muralismo é o túnel da Paulista, que exibe, há 20 anos, um painel de Rui Amaral, diretor da Artbr e idealizador da 1ª Bienal Internacional de Arte de Rua de São Paulo.
"Grafite é o jeito mais simples para ocupar o espaço público", diz Amaral.
Pioneiro do movimento que ganhou força na cidade na década de 1980, ele garante que a coisa mudou nos últimos anos. "A sociedade aceita melhor o grafite, mas o espírito da intervenção é o mesmo", afirma.
TINTA FRESCA
"Sempre olhava o grafite na rua, achava lindo, mas não tinha coragem de tentar", conta a designer e atriz Grazie a Dio, 28, que mora
A empreitada começou com o curso "Grafite, Intervenções Urbanas", oferecido pelo Senac. As aulas a ajudaram a conhecer as técnicas e deram confiança a Grazie, que imprimiu nas ruas seus personagens com traços delicados e referência à moda.
O primeiro mural coletivo foi pintado no chamado beco da Lapa, com outros alunos.
Hoje, ela tem mais de 50 muros grafitados no currículo. Nem a insegurança característica de São Paulo afasta a artista das ruas. "Pode até ser um ambiente perigoso, pois você fica exposta, mas é sensacional; é um lugar democrático, o que você faz está lá para todo mundo ver."
Nenhum comentário:
Postar um comentário